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Vinho e vindimas: 10 curiosidades que tem mesmo que saber!

Vinho e vindimas: 10 curiosidades que tem mesmo que saber!

Não faltam mitos relacionados com a temática do vinho, assim como noções erradas, e histórias mais ou menos enviesadas que vão passando incólumes, de geração para geração. Está, pois, na altura, de desmistificar alguns conceitos sobre esta bebida tão popular! Leia este artigo e conheça 10 curiosidades sobre vinho e vindimas que o vão tornar muito mais culto nesta área!

 

Como se sabe qual é a melhor altura para vindimar? Podemos confiar na tradição?

Claro que sim! A tecnologia está cada vez mais evoluída, mas apesar da crescente variedade de técnicas modernas disponíveis, a determinação do momento ideal para a colheita de uvas pode, ainda, ser realizada com sucesso utilizando um método tradicional e popular.

Este método- bastante confiável – envolve observar os pés das uvas, que devem apresentar-se murchos, e as peles dos bagos, que começam a contrair-se. Esses sinais naturais continuam a ser indicadores essenciais para os viticultores determinarem o ponto perfeito de maturação das uvas antes da colheita!

 

A uva pisada a pé não dá origem a melhores vinhos?!

Existe uma discussão em torno da preferência entre o processo de esmagamento da uva a pé e a prensagem mecânica no que toca à produção de vinhos de alta qualidade.
Enquanto o método tradicional de pisar a uva a pé está profundamente enraizado na história e no romantismo do enoturismo, a sua prática tem diminuído nos tempos modernos. Isso ocorre porque, com o avanço da tecnologia e o uso de tanques com controlo rigoroso de temperatura, os produtores de vinho podem obter vinhos de melhor qualidade, preservando os delicados aromas secundários resultantes da fermentação alcoólica.
No entanto, a tradição do esmagamento a pé ainda persiste como parte integrante do charme e da autenticidade da experiência de vinificação para muitos amantes do vinho.

 

Adiciona-se açúcar aos vinhos doces?

Já alguma vez se questionou sobre a forma como se produzem vinhos doces tão distintos como o Moscatel de Setúbal e o Vinho do Porto? Estes vinhos destacam-se pela sua doçura característica, que nada tem a ver com a adição de açúcar: ela é obtida através de um processo denominado “paragem da fermentação com aguardente vínica”.
Esta técnica especial envolve a interrupção do processo de fermentação das uvas pela adição de aguardente vínica ao mosto – o sumo de uva extraído. A aguardente vínica é adicionada quando o açúcar residual nas uvas ainda não foi completamente convertido em álcool, conferindo ao vinho um sabor naturalmente doce. Além disso, a adição da aguardente vínica aumenta também o teor alcoólico do vinho, o que impede a atividade das leveduras responsáveis pela fermentação.
Desta forma, tanto o Moscatel de Setúbal como o Vinho do Porto mantêm a sua doçura original das uvas, tornando-os verdadeiras pérolas no mundo dos vinhos e apreciados por conhecedores de vinho em todo o mundo.

 

Vinho verde afinal não é um tipo de vinho?

Na verdade, o Vinho Verde não se refere a um tipo específico de vinho, mas sim a uma denominação de origem controlada e protegida (DOC) atribuída a uma região vinícola específica de Portugal, conhecida como Alto Minho. Esta região engloba o noroeste de Portugal e é caracterizada por um clima atlântico, com influência marítima, que cria condições ideais para o cultivo de uvas e a produção de vinhos únicos.
A principal característica do Vinho Verde é a sua frescura e vivacidade. Estes vinhos são conhecidos pelo seu caráter jovem, com baixo teor alcoólico, acidez refrescante e uma ligeira efervescência, que lhes confere uma sensação borbulhante no paladar. O nome “Vinho Verde” não se refere à cor do vinho, mas sim à sua juventude e à região onde é produzido.
Os vinhos da região do Vinho Verde podem ser feitos a partir de diversas castas de uvas brancas ou tintas, sendo a casta Alvarinho uma das mais famosas para os vinhos brancos da região. A diversidade de castas contribui para a complexidade aromática e de sabores desses vinhos.

 

O vinho branco pode ser feito com uvas tintas?!

Os vinhos brancos podem ser elaborados não apenas a partir de uvas brancas, mas também a partir de uvas tintas. A cor predominante das uvas está nas suas películas, sendo avermelhada e azulada nas uvas tintas e amarelada e esverdeada nas uvas brancas. Curiosamente, a polpa de ambas as uvas, independentemente da cor, é na sua maioria incolor. Isso implica que, para produzir vinhos tintos, é necessário utilizar uvas tintas, enquanto os vinhos brancos podem ser feitos tanto com uvas brancas quanto com uvas tintas, desde que as películas sejam separadas previamente.
No mundo dos vinhos, especialmente no contexto dos vinhos brancos, é frequentemente utilizado o termo “blanc noir“. Essa designação diz respeito a um vinho branco produzido a partir de uvas tintas. Quando as uvas tintas são espremidas, o mosto resultante é naturalmente claro. A razão pela qual o vinho não fica escuro está relacionada com as películas, onde se encontram os compostos responsáveis pela cor.
Se o mosto não entra em contato com essas películas durante o processo de fermentação, ele não adquire essa tonalidade escura. Assim, é possível produzir um vinho branco excecional a partir de uvas tintas, desde que as películas sejam mantidas separadas! 🙂

 

Portugal é o país com mais castas autóctones?

Portugal é frequentemente considerado o país do mundo com a maior diversidade de castas de vinho autóctones, embora a informação careça de validação.
Estima-se que Portugal tenha mais de 250 variedades de uvas nativas, algumas das quais são exclusivas da região. Cada região vinícola de Portugal contribui com as suas próprias castas autóctones para a produção de uma grande variedade de vinhos distintos. Alguns exemplos notáveis incluem a Touriga Nacional, o Alvarinho, o Baga, o Castelão, o Touriga Franca e muitas outras.
Essa riqueza de castas autóctones é uma das razões pelas quais Portugal é tão apreciado pelos amantes de vinho, oferecendo uma ampla gama de sabores e estilos únicos desta bebida.

 

Podemos vindimar em agosto? E em novembro também??

É verdade. Embora os meses de setembro e outubro sejam geralmente associados às vindimas, o calendário das vindimas em Portugal varia consideravelmente de região para região. Esta diversidade é um reflexo da geografia do país, das diferentes castas de uvas cultivadas e das condições climáticas locais.
No sul de Portugal, onde as temperaturas são mais elevadas e o clima é mais quente, as vindimas começam mais cedo, muitas vezes já em agosto. Esta região é conhecida pela produção de vinhos brancos e tintos robustos, e a colheita precoce é um passo necessário para manter a frescura das uvas.
Conforme nos movemos para o norte, em direção às regiões do Douro e do Minho, as vindimas ocorrem mais tarde, normalmente durante setembro e outubro. Nesta época do ano, as uvas atingem o ponto ideal de maturação, com o equilíbrio perfeito entre açúcar e acidez, resultando em vinhos de alta qualidade.
No entanto, é nas regiões mais frescas e de maior altitude, como as Beiras, que as vindimas podem estender-se até o mês de novembro. Aqui, o clima mais ameno e as temperaturas mais baixas permitem que as uvas amadureçam mais lentamente, o que é ideal para a produção de vinhos de longa guarda e com grande potencial de envelhecimento.

 

Somos os “Reis das Rolhas”?

Podemos dizer que sim! Portugal é o maior produtor mundial de cortiça e, como tal, desempenha um papel crucial na indústria de rolhas para garrafas de vinho.

Atualmente, o nosso país é responsável por quase 50% da produção global de cortiça, o que o coloca no topo da lista de países produtores. Outros países, como Espanha, Itália e França, também produzem cortiça, mas em menor escala.

A cortiça é um material muito apreciado na indústria do vinho devido às suas características únicas. Ela é leve, elástica, impermeável, isolante térmica e acústica, biodegradável e, o mais importante, possui uma capacidade excecional de vedação, o que a torna ideal para rolhas de vinho.

Portugal tem uma longa tradição na produção de cortiça, o que se traduz em altos padrões de qualidade. As rolhas de cortiça portuguesa são amplamente reconhecidas pela sua eficácia na preservação do vinho e por minimizarem o risco de defeitos bem conhecidos, como é o caso do “gosto a rolha”.

 

Estou confuso: qual é a diferença entre uma certificação DOP e uma DOC?

Certamente já viu os dois termos associados a vinhos, mas há uma ligeira diferença entre estes, sabia?

A principal diferença entre DOP (Denominação de Origem Protegida) e DOC (Denominação de Origem Controlada) está na nomenclatura e no uso desses termos em diferentes regiões do mundo, especialmente na União Europeia e em Portugal, respetivamente. Veja a explicação abaixo:

 

DOP (Denominação de Origem Protegida)

DOP é um termo utilizado principalmente na União Europeia para designar produtos alimentares com proteção de origem. Este termo não se destina apenas a vinhos: ele abrange uma ampla variedade de produtos, incluindo alimentos, bebidas e produtos agrícolas, que são produzidos numa área geográfica específica e têm qualidade, características e métodos de produção tradicionais vinculados a essa região.

Os produtos com a a certificação DOP devem atender a regulamentações rigorosas e padrões de qualidade estabelecidos pela UE. Exemplos de produtos com a DOP incluem queijos, azeite, certos tipos de carne, presuntos, vinhos e muito mais!

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DOC (Denominação de Origem Controlada)

DOC é um termo usado em Portugal, principalmente para vinhos, refere-se à “Denominação de Origem Controlada.”

Esta denominação utiliza-se para um vinho que é produzido numa região geográfica específica de Portugal e que cumpre com as regras rigorosas de produção estabelecidas para essa região.

Os vinhos DOC têm regulamentações específicas quanto às variedades de uvas permitidas, métodos de cultivo, colheita, vinificação e envelhecimento.

É uma designação de origem que visa garantir a autenticidade e a qualidade dos vinhos produzidos em determinadas regiões de Portugal, como o Douro, o Dão e o Alentejo.

 

Em resumo, enquanto ambos DOP e DOC são sistemas de proteção de origem e qualidade de alimentos e bebidas, o termo DOP é mais amplo e é usado em toda a União Europeia, enquanto DOC é uma designação específica utilizada em Portugal para vinhos, indicando a Denominação de Origem Controlada, com foco exclusivo nos vinhos e nas suas regiões de produção.

 

 

É verdade que uma das nossas regiões vinícolas foi reconhecida pela UNESCO?

Sim, e devemos orgulhar-nos disso! A região vinícola do Alto Douro é uma das mais antigas do mundo e foi declarada Património Mundial pela UNESCO, em 2001.

Atualmente, é um dos locais mais visitados e apreciados pelos amantes da natureza e do enoturismo!

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Esperamos que tenha gostado destas 10 curiosidades sobre vinho e vindimas que apresentámos neste artigo! Partilhe a informação com os seus amigos e, já agora, descubra também a nossa excelente garrafeira!

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